Na sessão desta terça-feira (11) da Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), a deputada Antonia Sales (MDB) fez um relato detalhado das condições precárias das unidades de saúde da região do Juruá, incluindo hospitais em Cruzeiro do Sul, Mâncio Lima e Rodrigues Alves. A parlamentar percorreu os hospitais regionais, constatando problemas estruturais, falta de equipamentos básicos e o atraso na aplicação de recursos destinados às melhorias.
A deputada destacou que, no Hospital Regional do Juruá, os R$ 220 mil destinados por meio de emenda parlamentar para o setor de traumatologia ainda não foram integralmente aplicados. Além disso, apontou a necessidade urgente de reforma na copa, onde são preparadas as refeições dos pacientes, e na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), que aguarda obras desde 2023.
Outro problema grave foi identificado no Hospital de Mâncio Lima, onde a falta de uma máquina de produção de oxigênio, avaliada em R$ 240 mil, impede a realização de cirurgias e partos, forçando pacientes a se deslocarem para Cruzeiro do Sul. “Por causa desse equipamento, os pacientes enfrentam deslocamentos desnecessários e o hospital do Juruá fica sobrecarregado”, denunciou a deputada.
No Hospital de Rodrigues Alves, a parlamentar encontrou instalações deterioradas, equipamentos sucateados e ausência de estrutura adequada para armazenamento de medicamentos. A unidade enfrenta dificuldades semelhantes ao hospital de Mâncio Lima, com cirurgias e partos sendo redirecionados devido à falta de recursos básicos.
A deputada também visitou a Unidade Mista de Saúde de Santa Lúcia, onde uma reforma iniciada há três anos permanece inacabada, transformando o local em um possível criadouro de doenças como dengue e malária. “Essa obra de mais de um milhão de reais está parada, enquanto os pacientes são atendidos em condições precárias”, lamentou.
Apelo por descentralização dos recursos
Além das más condições estruturais, a emedebista ressaltou a burocracia na gestão hospitalar como um dos principais entraves para a melhoria do atendimento. Segundo a deputada, diretores de hospitais e servidores relatam dificuldades até para substituir lâmpadas queimadas ou consertar pias e chuveiros, já que qualquer solicitação precisa ser enviada à Secretaria de Saúde do Estado.
“Isso é inaceitável. Os diretores deveriam ter autonomia para resolver pequenas demandas dentro dos hospitais. A centralização só atrasa e prejudica o atendimento à população”, criticou.
A parlamentar concluiu sua fala reforçando o apelo ao governo do Estado e à Secretaria de Saúde para que priorizem a descentralização dos recursos e concluam as reformas pendentes nas unidades do Juruá.
Assessoria