No ano, a alta de preços acumulada é de 2,48% e, nos últimos 12 meses, de 4,23%
A inflação perdeu força no Brasil em junho e ficou abaixo
do esperado com pressão menos intensa nos preços de alimentação e de serviços,
embora a taxa em 12 meses tenha superado 4%.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA)
subiu 0,21% em junho, depois de um avanço de 0,46% em maio, em resultado que
ficou aquém da expectativa em pesquisa da Reuters de alta de 0,32%.
Os dados divulgados nesta quarta-feira pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostraram ainda que o IPCA passou
a acumular nos 12 meses até junho alta de 4,23%, de 3,93% em maio.
A expectativa para este dado era de 4,35% e, ainda que
abaixo do esperado, voltou a ficar acima de 4% depois de três meses.
O centro da meta para a inflação, medida pelo IPCA, é de
3,0% este ano, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.
O maior peso em junho partiu do grupo de Alimentação e
bebidas, que entretanto desacelerou a alta a 0,44% em junho, de 0,62% em maio.
Na alimentação no domicílio, os preços subiram 0,47%, de
0,66% no mês, com quedas de preços em cenoura (-9,47%), cebola (-7,49%) e
frutas (-2,62%). Na outra ponta, subiram os custos de batata inglesa (14,49%),
leite longa vida (7,43%) e arroz (2,25%).
O grupo com maior variação foi o de Saúde e cuidados
pessoais, com avanço 0,54%, mas também mostrando arrefecimento sobre a taxa de
0,69% de maio. A influência partiu dos aumentos de 1,69% de perfumes e de 0,37%
dos planos de saúde.
“Neste caso, decorre do reajuste de até 6,91% autorizado
pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) em 4 de junho, com vigência a
partir de maio de 2024 e cujo ciclo se encerra em abril de 2025. Assim, no IPCA
de junho, foram apropriadas as frações mensais relativas aos meses de maio e
junho”, explicou o gerente da pesquisa, André Almeida.
Já a inflação de serviços mostrou forte alívio ao passar a
uma variação positiva de apenas 0,04%, depois de subir 0,40% em maio,
acumulando em 12 meses alta de 4,49%, ainda acima do índice geral.
O índice de difusão, que mostra o espalhamento das
variações de preços, teve em junho queda a 52%, contra 57% em maio.
O Banco Central vem mostrando preocupação com a
desancoragem das expectativas de inflação, tendo interrompido o ciclo de
afrouxamento monetário ao manter no mês passado a taxa básica de juros Selic em
10,5%.
A desvalorização do real ante o dólar agora deve se somar
às preocupações com a inflação de serviços, em meio a um mercado de trabalho
aquecido.
A mais recente pesquisa Focus divulgada pelo BC mostra que
o mercado projeta alta do IPCA de 4,02% este ano, indo a 3,88% em 2025.
Por CNN