Na decisão, foi determinado o pagamento de multa no valor de R$ 20 mil para o presidente e R$ 15 mil para o deputado federal
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o pré-candidato a
prefeito de São Paulo, Guilherme Boulos (PSol), foram condenados pela Justiça
Eleitoral ao pagamento de multas por propaganda antecipada. O juiz Paulo
Eduardo de Almeida Sorci, do Tribunal Regional Eleitoral de SP, determinou o
pagamento de R$ 20 mil para o chefe do Executivo e R$ 15 mil para o deputado
federal.
"Evidentemente que, por uma questão de respeito e de
elegância, ele não tomaria das mãos do representado Luiz Inácio o microfone,
tampouco lhe interromperia de forma abrupta a fala, mas com o traquejo inerente
dos políticos profissionais, de carreira, uma intervenção discreta, sutil,
poderia ter sim sido realizada, de forma a amenizar aquela conduta que ambos,
pela experiência que têm, sabiam irregular, mas assumiram o que se chama
popularmente de 'risco calculado'", apontou o juiz.
"Está configurada a propaganda eleitoral antecipada
pelo pedido explícito de voto. Veja-se que do discurso do referido representado
há menção expressa de pedido de voto ao público presente na Neo Química Arena,
como '(…) se vocês votarem no Boulos para prefeito de São Paulo(…)', '(…) tem
que votar no Boulos para prefeito de São Paulo (…)'", acrescentou em outro
trecho.
"Quanto à conduta de Guilherme Boulos, também não há
como afastar seu caráter ilícito, apenas atenuar sua responsabilização",
alegou sobre os valores diferentes estipulados.
Entre as legendas que moveram o processo estão o Partido
Novo, o MDB, do prefeito Ricardo Nunes, e o PP.
Na ocasião, Lula e Boulos participaram de evento organizado
por centrais sindicais no Dia do Trabalhador, 1º de maio, na Neo Química Arena,
estádio do Corinthians, zona leste de São Paulo. Em seu discurso, o presidente
destacou a candidatura do parlamentar.
"Esse, esse rapaz, esse jovem, esse jovem, ele
está disputando
uma verdadeira guerra aqui em São Paulo. Ele está disputando com o
nosso adversário nacional, ele está disputando contra o nosso adversário
estadual e ele está disputando contra o nosso adversário municipal. Ele está
enfrentando três adversários e por isso eu quero dizer para vocês: ninguém derrotará
esse moço aqui se vocês votarem no Boulos para prefeito de São Paulo nas
próximas eleições. E eu vou fazer um apelo, cada pessoa que votou no Lula em
89, em 94, em 98, em 2006, em 2010, em 2018, em 2022, votar no Boulos para
prefeito de São Paulo", discursou Lula.
O advogado de Lula, Ângelo Ferraro, afirmou que irá
recorrer da decisão.
"Vamos recorrer tanto da decisão de mérito quanto do
indeferimento de todos os pedidos de produção de provas que nós fizemos",
disse.
Em nota, a assessoria de Boulos também ressaltou que a
pré-campanha irá recorrer.
"O prefeito Ricardo Nunes, ele, sim, tem usado a
máquina pública para promoção pessoal. Nunes é alvo de duas representações do
PSol por uso da máquina pública e campanha eleitoral antecipada. As ações citam
reportagens veiculadas pela imprensa envolvendo o uso de servidores para compor
claque de apoio a Nunes em eventos custeados pela prefeitura, bem como falas do
prefeito usando eventos custeados pela prefeitura insinuando a necessidade de
sua própria reeleição e fazendo ataques ao deputado Guilherme Boulos", alegou.
Por Correio Braziliense