Em um mundo onde a coragem se transforma em força e a esperança brilha mais forte que nunca, o câncer de mama esbarra em mulheres que se recusam a se render a esta doença. Com resiliência, amor e determinação, elas revelam ao mundo que a batalha contra a doença é uma história de superação que merece ser contada. A reconstrução da mama é uma etapa importante em suas vidas.
Com o intuito de levar recomeço às mulheres que perderam os
seios devido ao tratamento do câncer de mama, em uma ação inédita, o governo do
Estado, por meio da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre) e da Fundação
Hospital Estadual do Acre (Fundhacre), deu início nesta terça-feira, 18, ao
Programa Opera Mama. Este mutirão de cirurgias visa atender, em sua primeira
etapa, quase 30 mulheres. As consultas pré-operatórias começaram nesta
terça-feira, 18, com cirurgias programadas para ocorrer a partir de julho.
Para a realização desse mutirão, a Sesacre e
a Fundhacre contam com o apoio da deputada federal Socorro Neri, por meio de
recursos oriundos de emenda parlamentar, para a compra de próteses mamárias.
No Brasil, excluídos os tumores de pele não melanoma, o câncer
de mama é o mais incidente em mulheres de todas as regiões, com taxas mais
altas nas regiões Sul e Sudeste. Para cada ano do triênio 2023-2025 foram
estimados 73.610 casos novos, o que representa uma taxa ajustada de incidência
de 41,89 casos por 100.000 mulheres.
A
paciente Ivonete Silva, de 50 anos, aposentada devido à doença, expressou sua
alegria: “Estou me sentindo muito feliz, muito mesmo. Com a cirurgia, espero
melhorar a minha autoestima. Apesar de não ter a minha mama, tenho um Deus na
minha vida e já sou feliz. Mas aí já vai completar tudo, porque quando a gente
veste uma roupa, tendo a mama, fica mais bonita. O importante é a vida, e a
vida continua. Com Deus, a gente vence tudo. Não importa se perdeu um órgão ou
outro, o importante é estar vivo”, relatou.
“Sempre ouvia falar na
televisão que as mulheres tinham que tomar banho e se tocar. Um dia, no banho,
me ensaboei e senti um caroço pequeno. Pensei que não era nada, mas ele foi
crescendo. Procurei minha mãe, e ela disse: ‘minha filha, vai atrás’. Quando
fui, já estava bem maior e avançado. Comecei os tratamentos, e o doutor disse
que tinha que fazer a cirurgia. Fui para o Rio [de Janeiro] pelo TFD, e lá
conseguiram. Eles tiraram toda a mama e o nervo do braço. Digo para as mulheres
que estão enfrentando isso no começo: não desistam. Coloquem a vida nas mãos do
Senhor, não desistam, porque Ele me deu força. Não tive recaída, sempre feliz”,
completa Ivonete.
Ana Beatriz Souza, presidente da Fundhacre,
ressaltou a importância do projeto: “É um projeto que fazemos pela saúde da
população. É gratificante saber que várias vidas serão transformadas. Agradeço
ao nosso corpo médico e às nossas pacientes pela confiança”.
O secretário de Saúde, Pedro Pascoal, também expressou sua
gratidão: “Quero agradecer às inúmeras mãos que fizeram com que esse projeto
saísse do papel. Vocês já venceram a primeira etapa, que foi vencer a parte
oncológica, e agora precisam ter sua dignidade restaurada. É uma emoção enorme
saber que podemos contribuir para que essa dignidade seja recuperada. Em nome
do governador Gladson Cameli, agradeço a confiança que essas pacientes estão
depositando em todos nós”.
A deputada federal Socorro Neri compartilhou sua empatia e
alegria: “De fato, me enche de alegria. Imagino, me colocando como mulher, que,
a partir dessa cirurgia, a autoestima de vocês será elevada. A qualidade de
vida também será melhorada. São mulheres jovens, ativas, produtivas, que têm
todo o direito de ter sua mama reconstruída”.
O cirurgião mastologista Nelson Frota destacou a importância do
vínculo familiar e emocional das pacientes: “Aqui não são apenas pacientes, são
mães, avós, mulheres com um vínculo de representação familiar. Junto com nossos
colegas, faremos o possível para melhorar e engrandecer a vida dessas
mulheres”.
O programa Opera Mama marca um avanço significativo na
assistência às mulheres que enfrentaram o câncer de mama, devolvendo-lhes não
apenas a autoestima, mas também a dignidade e a qualidade de vida que merecem.
Por Notícias do Acre