Ex-vereador do Acre acusado de homicídio vai aguardar julgamento em liberdade

Mauristelio Tessinari de Sousa vai precisar cumprir medidas cautelares. Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Acre (TJAC) deu decisão favorável para a defesa do ex-vereador na última quinta-feira (13).

O ex-vereador Mauristelio Tessinari de Sousa, conhecido como Teio Tessinari, da cidade de Capixaba, no interior do Acre, recebeu liberdade provisória e teve a prisão substituída por medidas cautelares. Ele é acusado de matar Antônio Deuzimar Santiago da Silva, de 49 anos, em junho do ano passado.

O crime ocorreu em um ramal que fica na Vila Maparro, na Bolívia, país que faz fronteira com o estado do Acre. Silva era morador de Capixaba assim como o ex-vereador e foi assassinado com quatro tiros.

Na época, o advogado do acusado, Sanderson Moura, alegou que o cliente se apresentou espontaneamente e que é réu confesso, alegando legítima defesa. A 1ª Vara do Tribunal do Júri pronunciou o ex-vereador e ele deve ir a júri popular pelo crime.

Na última quinta-feira (13), a Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Acre (TJAC), concedeu liberdade provisória e substituiu a prisão dele por medidas cautelares. Na mesma decisão, consta a negativa sobre um recurso de retirada de qualificadoras, apresentado pelo acusado.

Para se manter em liberdade, Teio Tessinari, deve cumprir as seguintes medidas cautelares:

Comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condições fixadas pelo juiz, para informar e justificar atividades;

Proibição de ausentar-se da Comarca quando a permanência seja conveniente ou necessária para a investigação ou instrução;

Recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga quando o investigado ou acusado tenha residência e trabalho fixos;

Suspensão do exercício de função pública ou de atividade de natureza econômica ou financeira quando houver justo receio de sua utilização para a prática de infrações penais;

Monitoração eletrônica;

Moura disse que a Câmara Criminal atendeu ao pedido de soltura, mas manteve as qualificadoras do homicídio, que seriam a emboscada ou recurso que impossibilitou a defesa da vítima, o que vai fazer com que a defesa continue recorrendo. O advogado disse ainda que só após a decisão no Superior Tribunal de Justiça que o julgamento de Teio acontecerá.

"Agora vamos para o STJ, para derrubar as qualificadoras. Só depois de decidido esse recurso é que será marcado o dia do julgamento pelo júri", afirma ele.

Na época, a polícia informou que Teio desconfiava que Antônio Deuzimar estaria furtando gado de suas propriedades. E a discussão teria começado exatamente por conta disso, quando a vítima foi tirar satisfação com o acusado. Conforme o delegado responsável pela investigação, Aldízio Neto, o vereador já tinha feito um boletim de ocorrência alegando que a vítima teria furtado o gado dele.

Conforme denúncia do Ministério Público do Acre (MP-AC), a vítima estava de passagem pelo ramal durante deslocamento a uma propriedade rural boliviana onde mantinha arredamento de gado e pasto, quando desembarcou do seu veículo para abrir uma porteira e foi surpreendido pelo acusado.

 

Por G1 AC

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