Vaticano sobre decisão da França: “aborto não pode ser um direito”


"Precisamente na era dos direitos humanos universais não pode haver um ‘direito’ de suprimir uma vida humana”, observou a organização do Vaticano

Enquanto os parlamentares franceses se preparavam para endossar a inclusão na Constituição francesa da garantia da liberdade das mulheres de fazer um aborto, a Pontifícia Academia para a Vida, uma instituição sediada no Vaticano, já se declarava contra, respaldando a posição da Conferência dos Bispos de França (CEF).

Em 29 de fevereiro, a Conferência dos Bispos de França havia afirmado que “o aborto, que continua a ser um atentado à vida no seu início”, não poderia ser visto “sob o ângulo exclusivo dos direitos das mulheres”. A CEF lamentou ainda “que o debate iniciado não tenha mencionado medidas de apoio a quem gostaria de ficar com o filho”, recordou o Vaticano em nota.

O Vaticano também denunciou em nota a inclusão do aborto na Constituição francesa. Celebrada na França como um grande avanço social e aplaudida pelo consenso gerado na Assembleia Nacional Francesa, a nova blindagem do aborto foi criticada pela Pontifícia Academia para a Vida do Vaticano que explicou, esta segunda-feira, 4 de março, que o aborto “não pode ser um direito.”

“A Pontifícia Academia para a Vida reitera que precisamente na era dos direitos humanos universais não pode haver um ‘direito’ de suprimir uma vida humana”, observou a organização do Vaticano num comunicado de imprensa.

Denunciando o caso específico da França, que se tornou agora o primeiro país a proteger o aborto como direito constitucional, a Academia do Vaticano dirigiu-se a todos os governos do mundo, para que “a proteção da vida se torne uma prioridade absoluta”, destacando que “a proteção da vida humana é o primeiro objetivo da humanidade.”

“Para a Igreja Católica, a defesa da vida não é uma ideologia, mas uma realidade, uma realidade humana que envolve todos os cristãos, precisamente porque são cristãos e humanos”, explicou a Pontifícia Academia, citando um discurso do Papa Francisco de 25 de março de 2020.


Por Redação O Antagonista

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