PF: Bolsonaro ordenou que Cid fraudasse cartão de vacina dele e de sua filha

 


Ex-presidente, Cid e outras 15 pessoas foram indiciadas nesta terça-feira (19) por participação em esquema de fraude em registros nos sistemas do Ministério da Saúde

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ordenou ao seu então ajudante de ordens, o tenente-coronel Mauro Cid, que inserisse dados falsos de vacinação contra a Covid-19 dele e de sua filha nos sistemas do Ministério da Saúde, segundo relatório da Polícia Federal (PF) apresentado nesta terça-feira (19).

“Os elementos de prova colhidos corroboram as afirmações prestadas pelo colaborador MAURO CESAR BARBOSA CID, demonstrando que, por ordem do então Presidente JAIR BOLSONAROMAURO CESAR CID solicitou a AILTON BARROS a inserção dos dados falsos de vacinação contra a Covid-19 em benefício do ex-Presidente da República e de sua filha”, afirma a PF.

Ainda de acordo com o documento, “os elementos de prova coletados ao longo da presente investigação são convergentes em demonstrar que JAIR MESSIAS BOLSONARO agiu com consciência e vontade determinando que seu chefe da Ajudância de Ordens intermediasse a inserção dos dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde em seu benefício e de sua filha. Não há nos autos, elementos que indiquem que MAURO CESAR CIDAILTON BARROS e JOÃO CARLOS BRECHA se uniram em unidade de desígnios para inserir os dados falsos à revelia do então Presidente da República JAIR BOLSONARO.

A defesa do deputado federal Gutemberg Reis de Oliveira disse que está em missão oficial do Parlamento do Mercosul em Montevidéu. Assim que tivermos um posicionamento, eu te envio.

O advogado Eduardo Kuntz – responsável pela defesa do ex-assessor de Bolsonaro Marcelo Costa Câmara e do ex-segurança Sergio Rocha Cordeiro – disse que ainda aguarda o acesso ao relatório policial.

CNN tenta contato com os demais citados, mas ainda não teve retorno.

Veja a lista de indiciados pela PF no caso

Jair Messias Bolsonaro, ex-presidente da República (inserção de dados falsos em sistema de informações e associação criminosa);

Mauro Cesar Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência da República (falsidade ideológica de documento público, inserção de dados falsos em sistema de informações e uso de documento ideologicamente falso);

Gabriela Santiago Cid, esposa de Mauro Cid (falsidade ideológica de documento público e uso de documento ideologicamente falso);

Gutemberg Reis de Oliveira, deputado federal (MDB-RJ) (inserção de dados falsos em sistema de informações e associação criminosa);

Luis Marcos dos Reis, ex-ajudante de ordens da Presidência da República (abaixo do Mauro Cid) (inserção de dados falsos em sistema de informações e falsidade ideológica de documento público);

Farley Vinicius Alcântara, médico e sobrinho de Luis Marcos dos Reis (inserção de dados falsos em sistema de informações e falsidade ideológica de documento público);

Eduardo Crespo Alves, militar que tentou, por intermédio de outra pessoa, inserir os dados falsos no site do ministério (inserção de dados falsos em sistema de informações);

Paulo Sérgio da Costa Ferreira (inserção de dados falsos em sistema de informações);

Ailton Gonçalves Barros, ex-major do Exército (inserção de dados falsos em sistema de informações, falsidade ideológica de documento público e associação criminosa);

Marcelo Fernandes Holanda (inserção de dados falsos em sistema de informações);

Camila Paulino Alves Soares, enfermeira de Duque de Caxias (inserção de dados falsos em sistema de informações);

João Carlos de Sousa Brecha, ex-secretário de Governo de Duque de Caxias (inserção de dados falsos em sistema de informações e associação criminosa);

Marcelo Costa Câmara, assessor especial de Bolsonaro (inserção de dados falsos em sistema de informações);

 

Por Téo Cury, Lucas Schroeder, da CNN

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