Putin foi condenado por deportar ilegalmente 19.514 crianças ucranianas. Lula e Amorim, que usam crianças palestinas no discurso, não demonstraram qualquer abalo
Ao comparar a
ofensiva israelense em Gaza ao Holocausto, abrindo uma crise diplomática sem precedentes com o governo
de Israel, Lula (ao centro na foto) disse que nunca viu “uma guerra com
uma preferência da morte sobre crianças, mulheres…”. Ele repetiu
a afirmação na noite de sexta-feira, 23, pronunciando
mais uma vez a palavra genocídio.
Um dia antes, o presidente
brasileiro tinha se sentado à mesa com Sergey
Lavrov (à esquerda na foto), chanceler de Vladimir Putin, que foi condenado
pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) por crime de guerra, por “deportação
ilegal” e “transferência ilegal” de crianças de áreas ocupadas da Ucrânia para a
Rússia.
O registro oficial da
reunião inclui na foto o assessor da Presidência para assuntos internacionais, Celso Amorim (à direita), chefe do Itamaraty paralelo, que submeteu
o Ministério das Relações Exteriores, comandando oficialmente por Mauro Vieira. Como detalhou reportagem de Crusoé, Amorim e Lula tentam empurrar o Brasil para o
colo de autocratas, tiranos e terroristas, repetindo o que fizeram nos dois
primeiros mandatos presidenciais do petista.
Carona
O governo brasileiro teve de emprestar
um avião da FAB para o chanceler russo chegar a
Brasília, já que a empresa responsável por abastecimento na capital federal não
poderia fornecer combustível aos russos, devido a sanções internacionais
impostas em resposta à invasão russa na Ucrânia.
“Acontece
que aqui no Brasil praticamente não existem empresas que abastecem aeronaves
que não sejam de propriedade de corporações ocidentais. Mas quero destacar a
atuação dos anfitriões brasileiros, que fizeram de tudo para resolver essa
questão”, agradeceu Lavrov, como registrou a agência
russa Sputnik.
E as crianças ucranianas?
Nesse esforço antiamericano, o Lula e seu
assessor abriram mão de qualquer coerência, como a condução
do Ministério dos Direitos Humanos por Silvio
Almeida já tinha deixara claro. A alegada humanidade na
preocupação do Itamaraty paralelo com as crianças de Gaza, vítimas da
estratégia covarde do Hamas de se
esconder atrás de civis, é diluída pela falta de
preocupação com as crianças ucranianas.
Em fevereiro de 2023, o governo da Ucrânia
contou 19.514 crianças deportadas ilegalmente para a Rússia. Elas teriam sido
adotadas, também ilegalmente, para serem reeducadas como cidadãs russas. Não
apenas Lula silenciou publicamente sobre isso, como desdenhou
do TPI na época do anúncio do mandado de prisão
contra Putin.
A mesma leniência com Putin se repetiu quando
o petista foi questionado sobre a morte de Alexei Navalny na
cadeia. “Para que pressa de acusar
alguém?”, questionou o petista, que não tem o
mesmo cuidado ao acusar o governo israelense de genocídio.
A vida de uma criança
ucraniana vale tanto quanto a de uma criança palestina, menos no discurso de
quem não está interessado na vida de qualquer criança.
Por Redação O Antagonista